‘’Buona fortuna per chi va a scoprire questo Paese meraviglioso che è il Brasile!’’ tão grande e tão distante da Itália e da nossa terra Marchigiana, que não vejo a hora de conhecer e descobrir se a frase dita pelo Dr. Minervini na conferência organizada pela Confindustria Marche sobre desafios e oportunidades no Brasil é verdade ou utopia. Folheando um livro de arquitetura brasileira, li uma entrevista (Industria da construção n.416- ANCE 2010 pag.20-25) que penso ser muito interessante avaliar nessa reflexão. O autor é o arquiteto Carlo Pozzi, docente da Universidade de Arquitetura da cidade italiana de Pescara e o entrevistado é o arquiteto paulista Ciro Pirondi, diretor da Escola da Cidade em São Paulo. Pirondi defende o pensamento dos anos 80-90 de Vilanova Artigas, que define a arquitetura sobre uma base ideológica sólida, seguindo as diretrizes de Lina Bo Bardi e Paulo Mendes da Rocha, ou seja’’… a tentativa através da escola de contribuir para a transformação do país, formando arquitetos com uma visão social’’. A Escola da Cidade de São Paulo nasceu exatamente da forte ideia de trabalhar em conjunto: ‘’ Façamos juntos’’, essa é a ideia defendida por Paulo Mendes O arquiteto paulista acrescenta nessa entrevista que ‘’a relação com o contexto urbano a partir do desenho do solo público é uma nova modalidade que destaca o papel simbólico: a recuperação de um espaço arquitetônico na direção da transformação social’’. Esse é um tema importante: encontrar na profissão do arquiteto uma base ideológica que atenda a vontade da sociedade em reencontrar uma união e a colaboração de qualidade entre os profissionais, tendo como finalidade a reorganização, o redesenho, a requalificação das áreas, seja física ou mental, que informam e determinam a cidade e seu território. O papel do arquiteto na sociedade moderna não funciona, de acordo com o arquiteto David Chipperfield na apresentação da Bienal de Arquitetura de Veneza 2012, se não cultivar a interação entre a arquitetura e a sociedade, sobretudo na natureza da requisição dos serviços, para que não ocorra a degradação do conceito arquitetônico, que caracteriza um país. Nesse contexto, nós sempre acreditámos que realizar em grupo, por um objetivo, seja essencial para obter resultados que possam agregar valor. Participar da Missão Brasil-Itália 2012 organizada pela Federação dos Arquitetos da Região de Marche é uma grande oportunidade para nós como profissionais porque nos possibilitou criar uma nova aliança em nome de uma nova ideia: O REUSO, REQUALIFICAÇÃO E O REDESENHO DA CIDADE MODERNA criado por um grupo de arquitetos autodenominados REGENERATION DI MARCA. Esses profissionais pretendem promover uma arquitetura de qualidade, que entendem ser fundamental para a realidade social, independentemente do tipo de sociedade. É nesse contexto que desejamos promover uma grande troca cultural entre realidades diferentes, seja social ou dimensional, criando novas sinergias que possam servir de base para uma consistente colaboração, união e crescimento recíproco. Penso que o Brasil seja grande e distante, mas a curiosidade e o desejo de conhecê-lo, sua geografia e cultura, pessoas e suas ideias e pensamentos, estimulam-me a partir, a mover-me, a superar o grande oceano e talvez, a aprender a dançar o samba com notas de Bossa Nova, como um brasileiro!
Simona Raponi
Federazione degli Ordini degli Architetti delle Marche